28 de fev. de 2012

Dicas úteis para quem for comprar uma magrela pela primeira vez.

Por: Alex SP
É comum encontramos nas lojas especializadas, ciclistas novatos à procura da sua primeira bicicleta, perdidos no meio de tantas opções e sem a mínima idéia de como usar seu dinheiro da melhor forma possível. Alguns esperam gastar pouco, outros muito, e outros não fazem a menor idéia do quanto custa uma ou de que tipo de bike precisam ou querem.
Só isso já seria suficiente para justificar uma matéria como essa, com dicas e manhas para quem pegou o “bichinho das magrelas” e não sabe por onde começar. Leiam o então esse guia de compras com os 10 Mandamentos do Comprador, baseado em anos de experiência nossa (nos dois lados do balcão) é para você.

Os 10 Mandamentos do bom comprador

1. Escolha sensata
Antes de mais nada é importante lembrar o que estamos sempre falando aqui no site PEDAL: se você está entrando sério no negócio, procure sua bike em uma loja especializada. Supermercados e lojas de departamento raramente possuem pessoal com conhecimento específico em bikes, equipamentos ou mecânica, e acredite, isso faz MUITA diferença. Vale a pena investir nisso se você quer usar a bike para fins esportivos.

2. Qual loja ?
Em praticamente toda cidade há pelo menos uma loja especializada (se não houver uma na sua, procure na cidade mais próxima...). Mas como escolher a melhor para você ? 
Entrar na loja errada, com dinheiro para gastar e nenhum conhecimento aumentam as chances de você comprar uma bike que a loja quer se livrar ao invés da que você precisa. Por isso, o ideal é se informar um pouco com a galera do pedal local sobre as lojas da região – quais são as melhores, e por quê. O melhor visual, locação ou os “preços mais baratos” nem sempre são o melhor indicativo de bons serviços. Procure uma loja com atendentes que pedalam, que sejam solícitos e receptivos mas também informados, de preferência que sejam eles próprios bikers. 
A loja oferece mecânica qualificada, oficina organizada, boa variedade de componentes, garantias? Que nos desculpem as “bocas”, mas a concorrência só traz benefícios para os clientes - e qualidade, paixão pelo esporte, capricho e organização são mais importantes do que preços baixos... Pesquise bastante e não se arrependa!

3. Informação é poder!
Da mesma forma, vale a pena se informar um pouco sobre bikes, equipamentos e afins antes de “ir pro abraço”. Isso também ajuda a evitar enganos das duas partes (o vendedor e você). Existem também inúmeras “pegadinhas”, as bikes têm centenas de componentes e as gírias e jargões usados também não são poucos. Informação é poder e você deve ao menos ter uma idéia do tipo e nível de bike que você quer. 
Isso reduz as chances de você gastar mais do que precisa ou o contrário – terminar com uma bike que não se presta ao uso que você quer dar! Uma dica é começar aqui mesmo, no site PEDAL, pois todos os meses são apresentadas matérias de tecnologia, mecânica, componentes, competições, testes, saúde e treinamento (desculpem o jabá, hehehe....). Outra é procurar um clube de ciclismo, colegas que já pedalem, etc. Nas lojas, não se acanhe nem tenha medo de passar por ignorante: quando tiver dúvidas, pergunte mesmo!

4. Equipamentos indispensáveis
Se você está realmente começando, não se esqueça de considerar, além do valor da bike, o custo dos acessórios que você vai precisar. Alguns são indispensáveis, como o capacete. Pode ser que você pechinche e acabe ganhando, além de um desconto, um suporte e caramanhola instalados na bike. Mas e que tal um capacete (nem pense em não usar!), luvas, uma bermuda, uma bomba e câmaras extras, e um kit de ferramentas e remendos para emergências ? Isso é o básico. Não precisa ser tudo do bom e do melhor, mas ainda assim vai custar alguma coisa e portanto deve entrar nas contas de uma bike nova.

5. Aqui ou lá fora?
Hoje em dia, com a internet e as facilidades de se comprar no exterior, fica sempre a pergunta: “compro aqui ou trago de fora ?”. Existem vários argumentos e motivos para comprar sua bike em uma loja especializada por aqui: serviço personalizado, garantias, montagem especializada são apenas alguns mais óbvios. A não ser que você saiba bem o que quer e esteja viajando e queira aproveitar a ocasião, é sempre aconselhável dar preferência para as lojas locais. 
Se você considerar que é preciso incluir o preço da montagem, as taxas e o transporte, pode descobrir que sai quase empatado em termos de valor – com a comodidade de saber que a garantia é certa e os riscos são menores. Além disso, um bom relacionamento com a “galera” pode começar na hora da compra!

6. Descontos
Cada loja tem um limite para oferecer descontos numa bike, mas geralmente essa margem não é muito grande. Pode-se conseguir descontos melhores em equipamentos e serviços, sobretudo na hora da compra, ou ainda uma condição de pagamento mais “elástica”, mas o mercado de bikes, especificamente na faixa das bikes básicas e intermediárias (que são as faixas mais competitivas) trabalha com margens menores. 
Bikes top, mais caras, podem ter maior margem, e o desconto pode ser maior também em bikes e modelos de anos anteriores ou fora de catálogo. Procure por promoções específicas de alguma marca, ou pechinche nos acessórios e serviços, usando o bom senso e a oportunidade. Não subestime seu poder de compra, mas não espere superdescontos!

7. O que importa é a qualidade do serviço
Algumas lojas oferecem serviços diversos para atrair o cliente: de check-ups e lavagens grátis a serviços de busca-e-entrega (delivery). Mas o que importa mesmo é a qualidade do atendimento e sobre tudo da mecânica da loja. O vendedor quer apenas empurrar uma bike X ou Y ? Não tem paciência para explicar como funciona A ou B ? Se recusa ou não sabe como justar corretamente a bike ou algum acessório ? Não importa se a loja é bonita e cheia de produtos e cartazes, se o atendimento for ruim, as chances de você ficar na mão e ter problemas quando precisar de alguma ajuda, são grandes. Da mesma forma, lojas onde os atendentes e mecânicos são bikers (não-esnobes, é claro) tendem a ser mais camaradas e quem ganha com isso é você. Valorize seu dinheiro!

8. 1,2,3...testando!
Algumas lojas permitem que você dê uma voltinha no quarteirão, o que pode ser pouco para ter uma boa idéia do comportamento da bike, mas serve para dar um “feeling”, sobretudo quando se está comparando bikes – ainda mais bikes com suspensão. Esse pequeno rolê pode ser ainda mais importante se a bike for usada, pois “maquiagens” e gambiarras podem ser detectadas nesse momento. Se algum amigo tiver um modelo igual ou parecido com o que você quer, peça emprestado para fazer um teste. Nenhum esforço é demais se for para você comprar a bike ideal para suas necessidades e seu gosto.

9. Bikes usadas: bom negócio?
Às vezes comprar uma bike usada pode ser um bom negócio. Se a bike estiver em uma loja, pode estar em consignação ou ser da própria loja (se entrou como parte de pagamento por outra magrela, por exemplo), e provavelmente sofreu alguma revisão ou ajuste que a deixou em ordem. O preço pode compensar, mas a análise detalhada do estado dos componentes (muito importante) e do quadro (muitíssimo importante!) é fundamental nesses casos. Se possível, deve ser feita por algum amigo ou mecânico de confiança, alguém que entenda bem do assunto e possa dar um parecer sem maiores interesses. Lembre-se também que se o negócio parecer bom demais para ser verdade, pode ser mesmo (leia: “pegadinha”). Caso contrário, invista numa bike nova que o retorno é certo.

10. Você no comando
O mais importante de tudo é se sentir confortável com sua escolha. Não se sinta pressionado a decidir na hora, nem embaraçado por pedir informações que você julga necessárias para sua decisão (ninguém tem a obrigação de saber absolutamente tudo sobre bicicletas, nem mesmo o vendedor!). Lembre-se que por mais interessado que você esteja em comprar uma bike, quem manda é você, o cliente.

Fonte: Pedal

16 de fev. de 2012

Bogotá: Como a capital colombiana tem se esquecido dos carros e se preocupado com pessoas e bikes

Por Racquel Tomaz

Quando se fala em Colômbia, no que você pensa? São tantas as famas (boas e ruins, como no caso de todos os outros países) que podem ser atribuídas a esse país! Mas pensando especificamente em Bogotá, vemos algo que muito nos interessa: a revolução das bikes. Hoje, são cerca de 180 km de ciclovias em toda a cidade, podendo chegar a 300 km aos domingos e feriados. É estimado que mais de 2 milhões de pessoas circulem por essas ciclovias.
Um fato coopera muito com a utilização das bicicletas no país: apesar de ser cercada por três lados por planaltos e declives (e incluo, aqui, os Andes), a região central da Colômbia tem topografia plana. Desde a década de 1970, então, existe o projeto das “Ciclorrutas Bogotanas”, que tem como objetivo incentivar o uso das bicicletas, que, a princípio, consistia em limitar vias para circulação de bicicletas aos domingos e datas festivas.

Mas o catalizador dessa revolução foi o prefeito Enrique Peñalosa, que cumpriu o seu mandato (1998 – 2001) de forma diferente do que os colombianos (e, arrisco dizer, nós brasileiros) estavam acostumados. Ao invés de executar obras como de grandes viadutos e largas vias, ele optou por investir essa verba em transporte público exemplar e, claro, ciclovias. Estas últimas sempre ligadas a terminais de transporte coletivo. (continue lendo)

1 de fev. de 2012

"Devoção" por carros pode estar relacionada com agressividade no trânsito

Por Luciana Carvalho
Fonte: Revista Exame em 10.12.2011

Quando o carro deixa de ser visto como um mero meio de transporte e se torna uma extensão da personalidade do dono, a agressividade para com outros motoristas e o risco de acidentes de trânsito aumentam. Essa foi a principal conclusão de um estudo feito pela Fox School of Business, da Temple University, nos Estados Unidos.
A pesquisa foi divulgada recentemente pelo periódico Psychology and Marketing e tem como base dois levantamentos feitos em Israel. Em um deles, 134 homens e mulheres na faixa dos 23 anos responderam perguntas gerais sobre seus valores, personalidade e atitudes. O outro, baseado no primeiro, foi feito com 298 pessoas, que falaram sobre atração pelo risco, impulsividade, prazer em dirigir e pressa.
A partir dessas respostas, os pesquisadores perceberam que, quanto mais uma pessoa se identifica com seu carro e vê nele um reflexo de sua personalidade, maior é a tendência de ser agressivo enquanto dirige e de infringir as leis de trânsito. Esse comportamento também é mais forte em pessoas materialistas e com tendências a compulsividade.
Não é à toa que os seguros de carro são, em geral, mais caros para homens com menos de 25 anos. Segundo o estudo, jovens que ainda não têm sua identidade completamente formada tendem a ser mais hostis no volante, usado como artifício de autoafirmação. Além disso, eles costumam ser mais confiantes do que o recomendado e fazendo manobras muito arriscadas.
A pesquisa acrescenta ainda que, ao verem os carros como extensão de si mesmos no trânsito, os mais agressivos encaram as ruas como um território a ser ocupado e controlado por eles, inclusive com o uso da força.
Essa atitude não está ligada diretamente ao modelo ou ao preço do carro. De acordo com outra pesquisa, realizada pela Colorado State University e publicada em 2008 pelo Journal of Applied Social Psychology, os motoristas mais agressivos são aqueles cujos carros possuem adesivos decorativos, independentemente da mensagem escrita neles.
A explicação, segundo os pesquisadores, está na intenção de marcar o território e, se for preciso, enfrentar quem ousar invadir seu espaço.